exta-feira, 15 de janeiro de 2010
Escapei Ilesa
Nunca me esquecerei dos gritos de socorro que emergiam dos escombros enquanto eu fugia em Porto Príncipe salvando a minha pele. O Terremoto arrancou o tapete dos meu pés, flutuei e bati asas, ouvindo a trilha sonora dos tijolos desabando e o cheiro do pó multicolor que cegava e nos atirava adiante para o "salva-se quem puder."
Tentei olhar para trás, mas ainda havia a força do tremor empurrando e o medo de voltar, minha covardia valendo-se de desculpas esfarrapadas das pessoas que me esperavam. Agora estou aqui, viva, pedindo perdão por ter escapado ilesa ouvindo súplicas e gritos de misericórdia.
SOTERRAI-ME TSUNAMI MALDITO!
Ela da para qualquer um em qualquer lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário