sexta-feira, 20 de agosto de 2010

exta-feira, 15 de janeiro de 2010

Escapei Ilesa


     Nunca me esquecerei dos gritos de socorro que  emergiam dos escombros enquanto eu fugia em Porto Príncipe salvando a minha pele. O Terremoto arrancou o tapete dos meu pés, flutuei e bati asas, ouvindo a trilha sonora dos tijolos desabando e o cheiro do pó multicolor que cegava e nos atirava adiante para o "salva-se quem puder."
     Tentei olhar para trás, mas ainda havia a força do tremor empurrando e o medo de voltar, minha covardia valendo-se de desculpas esfarrapadas das pessoas que me esperavam. Agora estou aqui, viva, pedindo perdão por ter escapado ilesa ouvindo súplicas e gritos de misericórdia.
SOTERRAI-ME  TSUNAMI  MALDITO!
  Nem as trepadeira dão com tanta certeza como a Maria sem - vergonha ou amor perfeito. Viceja na terra, nas pedras ou numa fenda da calçada.
Ela da para qualquer um em qualquer lugar.

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